quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vila Nova de Carriche

Durante a minha juventude, pelas variadíssimas razões ou afazeres, sempre que me deslocava a Lisboa, utilizava a camioneta da carreira "A Bucelense" - hoje chamar-se-ia autocarro ou rodoviária.
Na dita camioneta da carreira haviam dois funcionários com funções distintas e perfeitamente defenidas: O motorista "chauffer" que, obviamente, conduzia a viatura e o cobrador que, além de carregar as mercadorias (por vezes para o tejadilho - sim as camionetas até tinham uma escada de acesso para o efeito), vendia e picava os bilhetes.
Recordo aqui, com saudade, alguns desses bilhetes que mencionavam os nomes das povoações correspondentes ao percurso da dita carreira - exemplo, em resumo: Santo Antão do Tojal, .../../.Mealhada, Ponte Frielas, Flamenga, Póvoa se Santo Adrião, Olival de Basto, Carriche, Lumiar e Lisboa.
Actualmente, percorro de quando em vez, o itinerário da então camioneta da carreira. Encontro, como é compreensível com alguns traçados diferentes mas, mesmo assim, tudo identificável excepto Carriche e Lumiar.
Que nos tenham tirado o Lumiar, Ok!... até entendo; continua um bairro citadino
Mas, anular Carriche?!.. que foi localidade de fronteira (entre a zona saloia e a grande cidade), onde existiu uma "espécie" de alfandega onde as nossas mercadorias eram taxadas; onde houve uma actividade comercial e logistica importante - sim logistica, os transportadores da época quando aqui chegavam com os suas carroças ou galeras recorriam, normalmente, a reforços de parelhas de cavalos de aluguer para lhes possibilitar a subida da calçada; onde os agricultores se abasteciam dos adubos e sementes; onde se fez contrabando e poemas......
Não me conformo com a anulação de Vila Nova de Carriche!...
Foi uma referência na vida do povo saloio, com marcas e registos históricos demasiados importantes para se abandonar e não se estudar

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